As brincadeiras e jogos infantis são muito mais do que simples entretenimentos. Possibilitam a aprendizagem de várias habilidades e desenvolvem as funções cognitivas. O jogo ganha um espaço como ferramenta ideal de aprendizagem, na medida em que propõe estímulo ao interesse do aluno.
No dicionário Aurélio, pág.: 73, brincar tem como significado divertir-se, mas para a criança não é só isto. Através da brincadeira, ela começa a aprender como o mundo funciona, o que pode e o que não pode ser feito. De inicio é importante explicar que foi utilizada a palavra "jogo" para referir-se ao "brincar". É um vocábulo predominante da Lingua Portuguesa, por tratar-se de atividade lúdica infantil. A palavra "jogo", tem origem no vocábulo latino ludus, que significa diversão, brincadeira. O jogo é reconhecido como meio de fornecer a criança um ambiente agradável, motivador, planejado e enriquecido, que possibilita a aprendizagem de várias habilidades. É através dos jogos que a criança começa a perceber que existem regras, sorte, possibilidades e conhece o valor da perseverança.
A brincadeira é tão importante para as crianças que a Psicologia a utiliza como forma de tratamento, a Ludoterapia.
Segundo a psicanalista Kruel "...brincar é o principal instrumento para a criança construir a própria individualidade".
Por isso, brincadeira é coisa séria, pois brincando a criança aprende coisas que a ajudarão pelo resto da vida. Em Psicologia, aprendizagem é o processo de modificação da conduta por treinamento e experiência, variando de simples aquisição de hábitos à técnicas mais complexas. Por desenvolvimento, a designação do ato de progredir, crescimento que se faz aos poucos, sendo portanto a brincadeira infantil um importante mecanismo para o desenvolvimento de aprendizagem da criança.
Piaget diz que a atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança. Estas não são apenas uma forma de alivio ou entretenimento para gastar energia das crianças, mas meios que contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual.
Pode-se perceber a importância dos jogos e brincadeiras infantis, mas faz-se necessário também associar planejamento dos professores na seleção dos jogos, que devem ser selecionados de acordo com os objetivos a serem alcançados, mas também com significado para as crianças. Devemos ter claro que mesmo após a Educação Infantil a criança precisa da fantasia, da brincadeira como forma de expressão, como modo de abstrair e aprender como o mundo funciona.
Finalizando, acho importante colocar uma citação de Redin:
" A escola é, também, e contraditoriamente, 'um tempo de nada e um tempo de tudo'. Um tempo de nada significa um tempo leve, um tempo de estar ali e apenas gostar de estar ali. Um tempo de nada, que também é um tempo pesado, um tempo perdido pelo excesso de tarefas, nem sempre significativas ou necessárias para a vida desses jovens. Um tempo de tudo, que significa um local e um período da vida, em que acontece o diferente, o múltiplo, o singular. Enfim, o espaço para criar. Um tempo de tudo, que também tem excessos, sobrecarga, rotina e repetição, muitas vezes tornando a tarefa um fardo".
Cabe a nós, professores, a tarefa de propiciar aos nossos alunos momentos de prazer e aprendizagem. Mesmo assim a brincadeira não deve ser sempre dirigida e com fim exclusivamente didático, deve ter momentos de brincar pelo simples prazer que isto proporciona. E o professor deve brincar junto para observar, mas principalmente para aprender.
Temos como responsabilidade transformar "o tempo da escola" antes de tudo em "um tempo de estar feliz".
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